Passeios na Herdade da Poupa
Os "Passeios na Herdade da Poupa" são oportunidades óptimas para, todos aqueles que gostam da Natureza, verem, e fotografarem, em plena liberdade, veados, javalis, perdizes, coelhos, lebres, raposas, abutres-do-Egipto, abutres-negros, cegonhas-pretas, peneireiros-cinzentos, abelharucos, grifos, cortiçóis-de-barriga-branca ou poupas. Para os mais novos é a altura ideal para usufruir de um contacto, ao vivo, com todos estes animais. Um espectáculo da Natureza.
A Herdade da Poupa possui uma área de cerca de 4.400 hectares.
Veado (Cervus elaphus)
O veado é um animal de grande porte, que pode viver cerca de 17
anos. A armação, que é característica dos
machos, cai anualmente para, passados um ou dois meses, aparecer
novamente, com mais pontas e mais grossa, dependendo, basicamente, da
alimentação. Primeiro tem uma aparência aveludada
para, de seguida, ficar com o aspecto perlado, normal. O número
de pontas e grossura da armação vai aumentando,
até aos dez ou onze anos de vida do veado, entrando depois em
regressão. O veado alimenta-se de erva, rebentos das
árvores, frutos silvestres e, como todos os animais
herbívoros, é ávido de sal. De noite vagueia pelos
campos e orlas das florestas à procura de alimentos. Ao nascer
do dia entra novamente nas matas, para dormir.
Javalis da Herdade da Poupa:
Javali (Sus scrofa)
Com um pouco de sorte também poderão ser observados uns animais com um aspecto feroz, de pelagem negra, ou muito escura - os javalis. Nos machos, que têm o focinho mais curto e mais achatado do que as fêmeas, poderemos ver a "poderosa arma" que possuem - os dentes. Dois dos dentes inferiores - as navalhas, e dois dos superiores - as amoladeiras - colocam em respeito o seu pior inimigo - o Homem. O javali prefere as zonas com mato espesso ou florestas muito densas. É, principalmente, um animal nocturno. Ao começo da noite sai dos "encames" para ir procurar os alimentos. A sua alimentação é muito variada. Come tudo o que lhe aparece: plantas, insectos, minhocas, coelhos, répteis, ovos de aves, raízes. Nesta procura de alimentos, chega a fazer viagens de vários quilómetros. Normalmente andam em grupo. Os mais velhos, e mais cautelosos, nunca vão à frente. Essa é a função dos "escudeiros", animais mais novos, que vão a abrir caminho. O javali pode chegar aos vinte cinco anos de vida. As crias de javali são, em pequenas, totalmente diferentes dos animais adultos. São designados por "listados", em virtude do aspecto que o pelo apresenta - às riscas de tons amarelados claros e escuros.
Cegonha-preta (Ciconia nigra)
A população que nidifica na Herdade da Poupa ou em áreas limítrofes, nomeadamente nas vertentes contíguas espanholas, foi, entre 1997 e 2008, constituída por um efectivo situado entre os 4 e os 6 casais, tendo havido um aumento na população nos últimos 2 anos. Um aspecto interessante é que desde 2003 que todos os casais que nidificavam nas vertentes espanholas das imediações da Herdade se mudaram para o seu interior. A Herdade da Poupa é a propriedade do país que contém o maior efectivo populacional desta espécie.
Britango ou Abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus)
Nidificam na Herdade da Poupa e nas suas imediações 4 casais desde 1997, cujos territórios abrangem parte significativa da Herdade. Este efectivo populacional tem-se mantido bastante estável, embora a sua produtividade seja relativamente baixa.
Grifo (Gyps fulvus)
Existem na Herdade da Poupa 5 locais onde se instalaram colónias de grifos entre 1997 e 2007, tendo o efectivo populacional variado entre os 3 e os 41 casais. Tem-se verificado uma redução significativa do número de casais que nidificam na Herdade da Poupa nos últimos anos (embora a população regional esteja relativamente estável). A Herdade constitui um local muito procurado por esta espécie como local de alimentação, sendo que já se observaram, por diversas vezes, concentrações superiores a 400 indivíduos.
Abutre-negro (Aegypius monachus)
Existe na área contígua à Herdade da Poupa, em território espanhol, uma colónia de abutre-negro, com cerca de 40 casais. Esta espécie está extinta como nidificante em Portugal desde os anos 70, tendo havido desde 1998 algumas tentativas de nidificação esporádicas em território português, uma das quais ocorreu na Herdade da Poupa nos anos de 2002 e 2003. Infelizmente estas tentativas de nidificação não foram bem sucedidas e o casal desapareceu. No entanto, a Herdade da Poupa é um local de alimentação muito importante para esta espécie, sendo frequentemente utilizada por números muito significativos de abutres-negros. A sua envergadura chega aos 3 metros, sendo o maior dos abutres.
Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus)
Nidifica na zona central do limite sul da Herdade da Poupa um casal de águia de Bonelli pelo menos desde 1997. Este casal possui 4 ninhos, dos quais apenas 1 se encontra no interior da propriedade, estando os restantes 3 em território espanhol. Este ninho apenas foi utilizado um ano, tendo o casal nidificado quase sempre nos ninhos em território espanhol.
Águia-real (Aquila chrysaetos)
Não nidifica na Herdade da Poupa nenhum casal de águia-real, contudo nidificam 2 casais em áreas limítrofes, próximo dos limites SW e SE da propriedade, que utilizam a Herdade da Poupa como local de alimentação, fazendo esta parte integrante dos seus territórios. Estes 2 casais ocupam regularmente estes territórios há, pelo menos, 11 anos.
Águia-imperial (Aquila adalberti)
Não nidifica na Herdade da Poupa nenhum casal de águia-imperial, contudo foram detectados 2 casais em áreas limítrofes, que utilizam a Herdade da Poupa como local de alimentação, fazendo esta parte integrante dos seus territórios. Destes 2 casais desta espécie, que esteve extinta por mais de três décadas em Portugal, um instalou-se na região em 2002 e o outro foi detectado em 2007, em fase de instalação.
Águia-cobreira (Circaetus gallicus)
A observação de uma águia-cobreira a deglutir uma cobra em voo
constitui, certamente, um espectáculo singular. Esta enorme águia, que se
especializou na captura de répteis, também é conhecida pelo curioso nome de
“João Branco”. A
brancura das partes inferiores é certamente o aspecto que mais chama a atenção
na plumagem desta águia. A coloração dos indivíduos é, contudo, bastante
variável, havendo-os quase totalmente brancos e os
que têm a cabeça escura com as asas sarapintadas. As partes superiores são
castanhas e, quando a ave é vista de perto, reconhece-se também o olho amarelo.
É uma espécie estival, que chega geralmente em Março e parte em Setembro.
Ocasionalmente é vista em pleno Inverno.
Abelharuco (Merops apiaster)
A profusão de cores do
abelharuco, bastante invulgar entre as aves portuguesas, dá um toque de exotismo
à nossa avifauna.
É uma ave terrestre de tamanho
médio, ricamente colorida. Os aspectos mais característicos são a garganta
amarela, o peito e o ventre azulados, o dorso vermelho e a máscara preta. A
cauda é comprida, com as duas penas centrais a destacarem-se das restantes. O
abelharuco é estival e chega geralmente a Portugal no
início de Abril e está presente até ao mês de Setembro.
Cortiçol-de-barriga-branca (Pterocles alchata)
Um pouco mais pequeno que o cortiçol-de-barriga-preta, distingue-se pelo ventre branco e pela longa cauda. As coberturas alares do macho são douradas. As observações desta espécie encontram-se sujeitas a homologação pelo Comité Português de Raridades. No passado este cortiçol deverá ter nidificado no Alentejo e em Trás-os-Montes. Actualmente é muito raro em Portugal e, segundo a opinião de alguns biólogos, os únicos existentes em Portugal - cerca de vinte cinco - estarão na Herdade da Poupa.
Poupa (Upupa epops)
A sua poupa tão característica tornam esta ave uma das mais emblemáticas da nossa avifauna com o seu característico padrão preto e branco nas asas, e a cabeça e pescoço ocres. No entanto, a particularidade morfológica mais óbvia desta ave é a sua crista (poupa) pronunciada, orlada por pontas pretas, que, quando levantada, se assemelha a um leque. Emite uma vocalização extremamente fácil de ser identificada, um pouco semelhante ao cuco. É uma espécie abundante podendo ser encontrada sobretudo em habitats florestais pouco densos, nomeadamente montados de sobro e azinho, carvalhais, e em pinhais, assim como nas imediações de campos agrícolas. Pode ser vista durante todo o ano, sendo no entanto menos abundante no Inverno.
Cotovia-de-poupa (Galerida cristata)
A pequena poupa torna esta cotovia uma das aves mais graciosas da sua família e que se distingue facilmente de todas as outras aves, com excepção da cotovia-montesina. A cotovia-de-poupa pode ser considerada uma espécie razoavelmente comum, embora a sua abundância seja um pouco mascarada pelas dificuldades de identificação. É uma espécie residente que está presente na Herdade da Poupa durante todo o ano. Tal como as outras cotovias, esta espécie tem a plumagem de tons acastanhados. A pequena poupa é a característica mais saliente e que permite facilmente identificar a ave como sendo do género Galerida.
Estorninho-preto (Sturnus unicolor)
Um dos cenários mais
reconhecíveis da nossa avifauna engloba a presença dos estorninhos-pretos em
antenas de televisão. Esta é uma alusão à sua abundância em zonas humanizadas,
onde pode ser facilmente detectado. O estorninho pode ser confundido com o
melro-preto.
Apresenta, tal como este último, o bico amarelado e o corpo escuro, embora a
cauda seja mais curta, a postura mais erecta; distingue-se pelas patas rosadas
pelos e tons esverdeados brilhantes no corpo, que é simultaneamente mais
compacto. No Inverno, apresenta pintas claras ao longo do corpo, tornando a sua
distinção face ao
estorninho-malhado
bastante difícil. Ainda assim, o aspecto geral desta ave face à sua congénere é
sempre mais escuro. Os juvenis são castanhos. Trata-se de uma espécie endémica
da Península Ibérica, residente, e por isso observável durante todo o ano.
Pato-real (Anas platyrhynchos)
A sua cabeça verde e anel branco no pescoço (no caso dos machos),
assim como a sua semelhança com algumas "formas" domésticas, torna-a na espécie
mais fácilmente identificável entre todas as espécies de patos. Os machos
adultos têm a cabeça "verde-garrafa" e um anel branco no pescoço. O dorso e o
ventre são acinzentados e o peito é castanho escuro. O espelho alar é azul e o
bico é amarelo. As fêmeas tem um padrão de plumagem, em tons de castanho, sendo
semelhante a outras espécies de patos de superfície. Porém, algumas
características como o tamanho, espelho alar, ou cor do bico, podem ajudar a
distinguir esta espécie das outras com alguma segurança. Os juvenis e os adultos
em eclipse apresentam algumas semelhanças com as fêmeas. São ainda fácilmente
identificáveis, tanto em voo como pousados, devido às suas vocalizações, uns
muito típicos quá-quá-quá ou quak-quak-quak.
Pega-azul (Cyanopica cyanus)
Extremamente fácil de detectar pelos bandos numerosos e barulhentos, vocalizando frequentemente quando em voo ou em alimentação. São facilmente reconhecíveis pela cauda e asas azuladas, e pela cabeça preta que contrasta com a tonalidade ocre do resto do corpo, e a garganta quase branca. A cauda é comprida, o que proporciona a estas aves um voo algo lento, mas com capacidade de manobra notável, podendo inverter a direcção com bastante facilidade. Trata-se de um corvídeo residente, observável durante todo o ano. Durante o Inverno forma bandos de dimensão considerável.
Perdiz-comum (Alectoris rufa)
Nao é raro sermos surpreendidos por um bando de perdizes a atravessar os caminhos. Esta espécie é muito cobiçada por caçadores. Com o seu aspecto de galináceo, a perdiz é praticamente inconfundível. A plumagem é composta por tons de cinzento, preto, branco e ruivo. Destacam-se a garganta branca orlada de negro, o ventre ruivo, o bico vermelho e as patas vermelhas. Os juvenis sao acastanhados. É uma especie residente, que pode ser observada na Herdade da Poupa durante todo o ano.
Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus)
Espécie de identificação acessível, já que possui uma tonalidade
clara, apenas com as asas mais escuras, pelo que facilmente se localiza quando
pousada num poste ou no topo de uma árvore. Nenhuma outra rapina de pequenas
dimensões como o peneireiro-cinzento, possui um tom esbranquiçado. A curta
distância, é possível vislumbrar o olho vermelho. Quando observado por cima,
distinguem-se facilmente os ombros escuros contrastantes com o claro do resto do
corpo, e quando observado por baixo, são extremamente visíveis as pontas das
asas escuras. O seu voo, levemente ondulado, e o peneirar com as asas em V, são
bastante característicos. Quando detectam uma presa, deixam-se cair sobre ela
com as asas bem puxadas atrás, como se fosse um helicóptero lento, numa posição
única.
Rola-turca (Streptopelia
decaocto)
O canto trissilábico da rola-turca é uma presença constante quando, há apenas 20 anos, era uma espécie muito rara em Portugal. Quando está pousada, esta rola de plumagem acastanhada distingue-se facilmente da rola-brava pela plumagem mais lisa e pelo meio-colar preto que apresenta na parte superior do pescoço. Em voo é visível uma grande quantidade de branco na cauda, como que formando uma larga barra. Pode confundir-se com a “rola-mansa”, da qual se distingue pelo maior tamanho e pelo canto. É uma ave residente, que pode ser observada durante todo o ano.
Rola-brava (Streptopelia turtur)
Do mesmo tamanho que uma rola-turca, caracteriza-se pela plumagem mais escura e menos uniforme, especialmente no dorso e nas asas, distinguindo-se o seu padrão malhado. A barra branca da cauda é mais estreita que a daquela espécie e no pescoço tem um conjunto de riscas pretas e brancas, que apenas se vê a pequena distância. A rola-brava vem experimentando uma tendência regressiva desde há várias décadas e é hoje pouco comum na maior parte do território. É uma ave migradora.
Pombo-torcaz (Columba livia)
A visão de um bando de milhares de pombos, em voo para o seu dormitório, constitui um espectáculo impressionante que merece ser presenciado por qualquer pessoa. É o maior dos nossos pombos. O tom cinzento da plumagem, incluindo a parte inferior das asas, e a sua grande dimensão permitem separá-lo dos pombos domésticos. As grandes manchas brancas nas asas e no pescoço, todas visíveis em voo, ajudam a confirmar a identificação desta espécie.
Pardal-espanhol (Passer hispaniolensis)
Quem passe pela Beira Baixa não pode deixar de reparar nos ninhos de cegonha-branca nos postes telefónicos junto à estrada. Muitos destes ninhos servem de suporte a colónias de pardal-espanhol, construídas por baixo dos mesmos, num interessante caso de comensalismo. Impressionantes são também as colónias desta espécie, cuja frenética actividade pode ser ouvida a grande distância. Superficialmente parecido com um pardal-comum. Durante a época de nidificação, os machos distinguem-se facilmente dos de pardal-comum pelo grande “babete” preto, pelos flancos riscados e pela coroa castanha e não cinzenta). As fêmeas são muito semelhantes às de pardal-comum, por vezes com os flancos levemente riscados. No Inverno, as cores encontram-se mais apagadas e a identificação não é tão imediata, sendo por isso importante observar as aves com atenção.
Raposa (Vulpes vulpes)
As raposas são mamíferos carnívoros da família dos canídeos. A sua alimentação consta de aves, pequenos roedores, ovos de várias espécies, coelhos, lebres, frutos e insectos. Tem hábitos nocturnos e crepusculares. Normalmente guarda a comida em vários esconderijos - e nunca esquece as suas localizações.
Alguns dados retirados do site: www.avesdeportugal.info
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